Quão triste é ler acerca dos irmãos de José que "não podiam falar com ele pacificamente" (Gên.37:4).
Temo estarmos vivendo em dias quando há uma grande falta de tais amizades verdadeiras, mesmo no meio do povo de Deus.
Sem dúvida, todos precisamos de tais amizades. Foi Deus mesmo que pronunciou "não é bom que o homem esteja só" (Gên. 2:18). Não foi o Mestre que escolheu a dedo "doze para estarem com ele"- cada um para ser "seu próprio amigo íntimo" ? (Mar.3:14; Salmo 41:9). Obviamente Ele apreciava amigos e sentiu a necessidade de amizade.
CAMPAINHAS DE ALERTA
Quão bom é ter um círculo de pessoas com quem podemos passar tempo e compartilhar as confidências, amigos de confiança em cuja presença podemos relaxar e nos sentir completamente à vontade. O que seria da nossa vida sem essa bênção alegre e rica ? Quão vazia e insípida seria a nossa existência se não tivéssemos amigos !
Mesmo assim, ao desenvolvermos o nosso tema, uma nota sombria tem que ser soada nesse assunto de amizade. Algumas campainhas de alerta devem ser ressoadas enquanto contemplamos o dano feito através dos anos para as vidas individualmente e para testemunhos coletivos, tanto por amizades faltosa como por amizade extraviada ! Falta de amizade arruina muitos testemunhos locais e amizade mal aconselhada destrói muitos testemunhos pessoais.
Preste atenção a suplica de Paulo aos santos em Roma ao encerrar sua epístola: Recebei-vos uns aos outros...para a glória de Deus (Rom.15:7).Freqüentemente achamos essas palavras citadas em cartas de recomendação, mas essa súplica não está relacionada à recepção na igreja local, mas ao recebimento dos que já estão na comunhão, dentro de nossos corações e nos nossos lares.
Aqui temos um apelo fervoroso para nos assegurarmos de que todos os que compartilham da nossa fé sejam bem-vindos entre nós e se sintam à vontade no nosso meio. Oxalá pudéssemos Ter mais profundidade na nossa compreensão dos problemas uns dos outros, e o vínculo verdadeiro da amizade fosse o mais evidente em cada igreja local. Tal amizade sincera quebraria quaisquer barreiras entre nós, que por certo resultariam em divisões, trazendo um clima de amargura e contenda, que por certo minam a obra do Senhor com prejuízos evidentes.
A raiz de muitos problemas dos cristãos de Corinto bem pode Ter sido por causa de amizades errôneas. A epístola de Paulo começa com ele desmascarando "panelinhas" entre eles que resultaram em divisões que estavam destruindo a igreja local e promovendo carnalidade. Mais tarde na sua carta, ele escreve: "Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes"(I Cor. 15:33).
O QUE É AMIZADE ?
O que querermos dizer por "amizade"? É o "relacionamento entre os que são ligados em intimidade e amor mútuo". Nomes e rostos com quem gozamos tal relacionamento logo aparecem.
Porém, algumas distinções essenciais devem ser notadas. O Salmista, num de seus salmos melancólicos, distingue entre amizade e companheirismo (Salmo 88:18). Há muitos com os quais podemos ter um companheirismo superficial. Eu penso nos vizinhos descrentes , colegas ou antigos companheiros de escola. Temos um conhecimento passageiro deles, sem intimidade.
O nome "santos" simplesmente quer dizer que vivemos vidas de separação ( mas não isolamento). Certamente não é sábio formar amizades íntimas com aqueles dos quais temos que ser separados ! É óbvio que é bom e correto mostrar amizade (Prov. 18:24). Como cristãos, devemos mostrar simpatia e compreensão, e assim construir pontes pelas quais podemos abrir portas para testemunhar de Cristo. Mas tomemos cuidado para não formarmos amizades profundas com pessoas cujas conversas e modo de viver nos influenciam para o mal.
O aviso para os cristãos em Éfeso em relação "aos filhos da desobediência" foi : "Portanto, não sejais seus companheiros" (Ef.5:7).
Fonte: Cousel Magazine - Vol.28- nº 1 Há/Fev.1998 - pg. 6
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